Acredito
que todos tenham o seu talento pessoal, ou algo próprio a transmitir. O meu,
desde cedo, já descobri nas artes visuais. Gosto muito de dizer: sou artista e estou cirurgião plástico. Pois quando decidi fazer medicina, já
sabia que o meu lugar era na cirurgia plástica. Na escola do Prof. Ivo Pitanguy
encontrei a minha maior inspiração, com aquele que não ensinava apenas técnicas,
mas transmitia a sua filosofia. Lá passei três anos como residente e também
realizando os desenhos de técnicas e cirurgias que o professor me solicitava.
Aquarelas que fazia com muito gosto, que também me ensinavam a compreender
melhor as cirurgias. Para fazer esse serviço, tinha uma bolsa da PUC que muito
me ajudou. Hoje, em Fortaleza, sigo o meu caminho me dedicando a cirurgia e
sempre que possível às artes. Nossa especialidade demanda muita atenção, mas
não abandono meu lado artista, pois, acima de tudo, os dois são trabalhos
perfeccionistas.
O
homem deve parar e repensar o seu cotidiano, para não entrar na rotina
esquecendo o objetivo da vida. Sempre na busca da realização pessoal e da
felicidade. Todos devem procurar o seu dom, na música, na dança, na poesia, nas
artes plásticas, no teatro ou na oratória. Afinal são nove as musas
inspiradoras da mitologia grega, você deve se afeiçoar a uma delas. E
desenvolver uma atividade paralela que irá lhe enobrecer. Nós médicos, nos
tornamos muito técnicos e pouco humanos. As artes nos sensibilizam para os
pequenos detalhes e as coisas simples da vida. Pretendo seguir na minha
estrada, revezando entre o pincel e o bisturi. Pois, nos dois existe a criação,
em aquarelas ou Mamoplastias; em telas à óleo ou Rinoplastias.
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