terça-feira, 1 de abril de 2014

Implantes mamários

Quando, em 1960, Cronin e Gerow desenvolveram o gel de silicone para preenchimento das próteses mamárias, eles não imaginaram até onde chegaríamos. A evolução é constante, quem sabe se daqui a cinquenta anos o silicone seja coisa ultrapassada e os implantes sejam feitos de células-tronco, nas mamas ou em qualquer local onde se queira dar um volume ao corpo. Uma única certeza que temos hoje é que cada vez mais os resultados são melhores e mais pessoas procuram o cirurgião plástico para modelar seu corpo. As mamas são o “carro-chefe” e em todos os aspectos a “comissão de frente”. Há quinze anos, a procura para cirurgia mamária, em 80% dos casos, era para redução das mamas. Hoje, a cirurgia de Mamoplastia redutora não diminuiu, mas a procura para o aumento é tanta que a situação se inverteu. Outra alteração visível é o tamanho das próteses: há vinte anos, em torno de 130cc,; há quinze anos, de 180cc; há cinco anos, de 240cc; e hoje, algo em torno de 300cc. O menor tamanho que ainda utilizamos é de 240cc. Sempre salientamos a importância da proporção, onde, uma mulher de um metro e cinquenta com uma prótese de 300cc fica muito artificial. A globalização (vide padrão americano) nos impõe tamanhos grandes, mas sempre temos que observar a idade, a presença de gestação anterior, as oscilações de peso e o aspecto psicológico da paciente. Falar de prótese de mama é redundante, os resultados estão aí, e já estão consagrados. Mas, e as outras próteses de silicone que podem ser colocadas no corpo? Na face, os implantes de nariz e de orelha não se demonstraram muito eficazes, e os enxertos de cartilagem e osso foram mais efetivos, com integração completa ao organismo. No mento (queixo) a prótese de silicone ainda é muito utilizada, mas as osteotomias estéticas de avanço de mento e a prótese de Hidroxiapatita porosa deixam resultados mais definitivos. No corpo, no entanto, a história é outra. Outras regiões como peitoral masculino, panturilha e a região glútea vêm tomando espaço na mídia e cada vez mais pessoas procuram corrigir estas regiões. O peitoral masculino, assim como o bíceps, em minha opinião, é melhor modelado com a atividade física bem orientada e continuada. Os implantes de panturilha no início deixaram alguns casos insatisfatórios, muitas vezes havia uma queda para o tornozelo da prótese, tendo que ser retirada. As próteses glúteas estão em franca expansão com as novas técnicas. No princípio, os implantes glúteos eram colocados no subcutâneo, abaixo da pele. Muitos resultados ruins, com próteses mostrando irregularidades e assimetrias, tendo que serem retiradas depois. Então resolveram colocar a prótese abaixo do músculo glúteo maior, esteticamente ficavam muito boas, no entanto, a anatomia não permitia colocar no local ideal, pois o nervo ciático era comprimido e o implante novamente tinha que ser retirado. Agora, elas são colocadas dentro do músculo, com resultados bem melhores. Ainda aguardamos uma maior sedimentação da técnica, pois ainda vemos muitos casos de reoperação para retirar hematomas ou reposicionar a prótese, e em outros casos, preenchimentos extras com enxertos de gordura (que também têm suas limitações) são necessários. Os implantes mamários, hoje têm garantia indefinida, não havendo necessidade de troca. As próteses são feitas com gel coesivo e muitas camadas externas oferecem uma resistência muita grande, impedindo rupturas. O desenho dos implantes está evoluindo com uma melhor projeção, já encontramos os modelos "Biodesign" para cada tipo de tórax. É a cirurgia plástica mais realizada!